Conta bloqueada judicialmente? Saiba como agir e proteger seu dinheiro
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Conta bloqueada judicialmente? Saiba como agir e proteger seu dinheiro

Você recebeu um alerta de “bloqueio SISIB intraday” ou descobriu que sua conta foi bloqueada judicialmente?

Calma. Isso é mais comum do que parece e, na maioria das vezes, pode ser resolvido com as medidas corretas.

Neste artigo, vamos te mostrar o que fazer se sua conta salário, conta poupança ou conta corrente foi bloqueada judicialmente, quais são seus direitos, como comprovar a origem do dinheiro e por que isso é essencial para liberar os valores.

 

O que é o bloqueio judicial SISBAJUD/SISIB intraday?

O termo bloqueio SISIB intraday ou bloqueio judicial SISBAJUD aparece quando há uma ordem judicial determinando a retenção de valores nas contas bancárias por meio do sistema do Banco Central.

Como o nome sugere, o bloqueio é executado em tempo real (intraday), podendo atingir conta corrente, conta poupança ou conta salário.

Se você foi surpreendido por esse bloqueio, é comum pensar: “minha conta foi bloqueada judicialmente, o que fazer?” A resposta envolve reunir provas e agir com rapidez — e isso começa entendendo os seus direitos.

 

Conta salário pode ser bloqueada judicialmente?

Em regra, não. O Código de Processo Civil, no artigo 833, inciso IV, garante que valores de natureza alimentar, como salários, aposentadorias, pensões e benefícios sociais, são impenhoráveis.

Isso significa que, salvo exceções, sua conta salário não pode ser bloqueada judicialmente para pagamento de dívidas comuns.

A única exceção legal prevista é para pagamento de pensão alimentícia. Nesses casos, a Justiça pode determinar a penhora sobre tais contas, dada a natureza alimentar da dívida.

Para dívidas de outra natureza, como empréstimos, cartões ou acordos judiciais, o bloqueio de salário só é admitido de forma excepcional e limitada.

 

Pode haver bloqueio parcial?

Sim. A Justiça pode autorizar a penhora de até 30% do salário, desde que essa retenção não comprometa sua sobrevivência ou a de sua família.

Por isso, se sua renda mensal se destina a questões basilares, como alimentação, moradia, dentre outros, é essencial comprovar que o bloqueio afeta diretamente o seu sustento básico, o que impede a relativização da impenhorabilidade.

 

Quais documentos apresentar para reverter o bloqueio?

Para conseguir a liberação da verba bloqueada, você deve demonstrar ao juiz que o valor possui origem protegida e que a penhora compromete sua subsistência básica.

Reúna:

  • Holerites ou extratos de benefício previdenciário;
  • Comprovantes de crédito identificando a natureza alimentar (ex: salário ou pensão do INSS);
  • Faturas e boletos de despesas essenciais (aluguel, energia, água, internet, alimentação, medicamentos etc.);
  • Declaração de imposto de renda;
  • Extrato bancário com movimentação dos valores retidos.

Esses documentos são decisivos para demonstrar ao juízo que o bloqueio atinge o mínimo existencial, o que contraria os princípios da dignidade da pessoa humana e da razoabilidade executiva.

 

Conta poupança pode ser bloqueada judicialmente?

Outra dúvida recorrente é: “conta poupança pode ser bloqueada judicialmente?” A resposta é que valores depositados em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos são impenhoráveis, desde que sua origem tenha natureza alimentar ou de subsistência.

Além disso, a jurisprudência já estende essa proteção às contas correntes, desde que o saldo nelas decorra de salários, pensões, aposentadorias ou outras verbas similares, e não ultrapasse o teto legal de 40 salários mínimos.

Logo, o tipo de conta não importa tanto quanto a origem e a destinação do dinheiro. É isso que deve ser demonstrado no processo.

 

Como agir com segurança:

Se você foi surpreendido com uma conta bloqueada judicialmente, saiba que existe solução. Com os documentos certos e a fundamentação adequada, é possível demonstrar que os valores são impenhoráveis por lei.

Resumindo:

  • Verifique a origem do valor bloqueado (salário, INSS, pensão, etc.);
  • Comprove seus gastos essenciais mensais;
  • Reúna a documentação e forneça com urgência ao procurador;
  • Conte com assessoria jurídica para fundamentar seu pedido.

Apenas em situações muito específicas, como dívidas alimentares ou valores acima da média, o bloqueio pode ser mantido. Fora isso, a regra é a proteção da dignidade e do mínimo existencial.

Cada situação é única e requer uma análise cuidadosa. Contar com uma assessoria jurídica especializada faz toda a diferença para garantir seus direitos e agir com rapidez, sobretudo quando se trata da proteção do seu sustento e da sua dignidade.

 

Se sua conta foi bloqueada judicialmente e você não sabe por onde começar, procure orientação jurídica de confiança. Com estratégia e técnica, é possível reverter o bloqueio e retomar o controle da sua vida financeira com segurança.

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